GENTE DAS VERTENTES

Basílio de Magalhães

Confira a trajetória marcante do historiador, folclorista, professor e político natural de Barroso

publicado: 15/06/2021 13h25, última modificação: 22/06/2021 14h42

Basílio de Magalhães nasceu em 1874 e seu registro de batismo, datado em 28 de junho de 1874, tem assentado às folhas 44 do 1º Livro de Batizados da Paróquia de Sant’Ana, na cidade de Barroso, em Minas Gerais. Constam como paternos Antônio Inácio Raposo e Francisca de Jesus, tendo como padrinhos de batismo Ladislau Artur de Magalhães e Prudenciana Augusta Meireles.

O casal vivia e trabalhava na propriedade de Ladislau, Fazenda Venda Grande, nas proximidades do Córrego do Cangalheiro. Algumas biografias trabalham com a hipótese de Basílio ser filho natural de Ladislau, que inclusive o criou até certa idade sob a justificativa de que Antônio e Francisca não tinham condições de cuidá-lo. Essa influência pode ter contribuído para sua ascensão social, pois foi através do fazendeiro que Basílio teve seu primeiro contato com a alfabetização.

No dia 25 de abril de 1881, a família imperial compareceu na inauguração da Escola João dos Santos, em São João del-Rei. Basílio mudou-se para são João del-Rei, ganhou uma bolsa de estudos e uma medalha de ouro por ter sido destaque entre os alunos.

Na adolescência, iniciou sua carreira jornalística até que se mudou para São Paulo, em 1892, quando foi aprovado em concurso para atuar no Fórum de Campinas. Em 1900, foi aprovado em concurso público para atuar como professor no Ginásio do Estado, em Campinas, onde fundou e presidiu o “Clube de Comemorações Cívicas”. Na mesma época, foi eleito membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), da Academia Paulista
de Letras e Academia Mineira de Letras (sócio honorário).

Já foi vereador e Delegado de Polícia, tornou-se professor efetivo de História Geral e História do Brasil da Escola Normal do Rio de Janeiro. Recebeu outra medalha de ouro, em 1917, desta vez pelo Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro, que lhe conferiu o “Prêmio D. Pedro II”.

Lecionou na Escola Nacional de Belas Artes, foi Diretor Interino da Biblioteca Nacional, Senador Estadual Mineiro, Presidente da Câmara de São João del-Rei e Agente Executivo Municipal (equivalente ao cargo de prefeito). Foi Deputado Federal e é de sua autoria projetos como o de voto secreto e obrigatório, como também a proposta de extensão de voto às mulheres.

Estudioso e dedicado, possuía uma biblioteca com mais de 20 mil exemplares e era poliglota, tendo domínio sobre várias línguas, inclusive indígenas. Produziu uma centena de obras, foi membro de 26 associações culturais, sendo 9 estrangeiras. Foi reconhecido como historiador emérito e seu nome estampa o Salão Nobre da Prefeitura Municipal de São João del-Rei.

Em sua trajetória, enfrentou muita discriminação por ser “mestiço”, filho de pais pobres, além da suposta condição de ser filho natural de Landislau, ou seja, proveniente de uma relação extraconjugal.

Basílio de Magalhães faleceu em 1957, aos 83 anos, em decorrência de uma hemorragia cerebral, eternizando sua intelectualidade e dedicação nas áreas de literatura, folclore, história e política.


Referências:

https://ihgsaojoaodelrei.org.br/basilio-de-magalhaes-patrono-mor-do-ihg-sjdr/

https://ihgmg.org.br/sme/conteudoinstitucional/menuesquerdo/SandBoxItemMenuPaginaConteudo.ew?idPaginaItemMenuConteudo=7664

https://ufsj.edu.br/portal-repositorio/File/pghis/monografias/basilio.pdf

http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/13593