O último “Gente das Vertentes” de 2019, traz como personagem um homem que dedicou sua vida a colocar no papel e na prática as ideias e cenas que rodavam em sua mente. Otto Lara Resende é uma personalidade que teve destaque não apenas em Minas Gerais, mas em todo o território brasileiro, graças a seus contos, novelas histórias e livros publicados ao longo de sua vida e a sua capacidade de agrupar autores e intelectuais em prol de causas como “os quatro mineiros de um íntimo apocalipse” e “a Editora do Autor”.
Nascido em 01 de maio de 1922, em São João del-Rei, Otto era filho de Antônio Lara Resende e Maria Julieta Oliveira Resende. Durante os primeiros anos de sua vida, o futuro jornalista realizou os cursos primário e secundário em sua terra natal, no Instituto Padre Machado, que era propriedade de seu pai.
No ano de 1938, a instituição foi reaberta em Belo Horizonte e na capital mineira, ele teve os primeiros contatos com o jornalismo trabalhando no periódico “O Diário”. Ainda em Belo Horizonte, se formou em direito na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), atuou como diretor de Suplementos Literários na “Folha de Minas” e lecionou em escolas da capital mineira.
Em 1946, Otto se mudou para a então capital do Brasil: a cidade do Rio de Janeiro. Lá ocupou o cargo de representante do jornal “O Globo”, junto à Assembleia Constituinte. Isso enquanto exercia a função de docente na Pontifícia Universidade Católica (PUC).
O exercício do jornalismo esteve muito presente na vida de Otto durante a sua estadia no Rio de Janeiro. Foi durante que este período que ele trabalhou em veículos como: “Diário de Notícias”, “Correio da Manhã”, “Diário da Manhã”, “O Jornal”, “O Jornal do Brasil”, e outros. Resende também atuou como diretor do, hoje extinto, canal de televisão Manchete, e ocupou o mesmo cargo na Rede Globo.
Também lembrado por seu um dos grandes cronistas do Brasil, muitos dos textos de Otto foram publicados aos domingos no “O Globo” e seus artigos eram divulgados pela “Folha de São Paulo”. O jornalista e escritor também se dedicou a publicação de livros que ganharam grande notoriedade, como “Boca do Inferno (1952)”, “Retrato na Gaveta (1971)”, “As Pompas do Mundo (1972)”.
Durante a sua vida, Otto também recebeu várias honrarias. Foi adido cultural nas embaixadas do Brasil em Bruxelas e em Lisboa. No dia 03 de julho de 1979 ele foi eleito como membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira 39, anteriormente pertencente a Ermano Cardim. Ele também foi condecorado com o colar do acadêmico Francisco de Assis Barbosa, na cerimônia a filha de Otto, Helena Cristina, recebeu a homenagem pelo pai.
No dia 28 de dezembro de 1992, Otto Lara Resende faleceu no Rio de Janeiro. O seu corpo foi sepultado no cemitério São João Batista, no mausoléu da Academia Brasileira de Letras.
Por Brenda Guerra e Isabela Castro