Com diferentes formações acadêmicas, Fábio Nelson Guimarães foi figura importante, em São João del-Rei, durante as décadas de 1950, 60 e 70. Desempenhando funções em variadas organizações da cidade, Guimarães tinha como objetivo maior preservar e ajudar a difundir a história do município em que nasceu.

Nascido em São João del-Rei em 23 de outubro de 1932, Fábio era filho de Onésimo Guimarães e de Angelina Bolognani Guimarães. A família era a proprietária de uma farmácia, tendo o pai como farmacêutico. Isso contribuiu para que Fábio se mudasse para Juiz de Fora, com o propósito de cursar Farmácia na UFJF, em meados dos anos de 1950. Ao término da primeira graduação, em 1957, ele retornou a São João del-Rei e trabalhou na empresa da família por algum tempo.

O futuro profissional de Fábio, no entanto, estaria amplamente ligado à preservação e divulgação da história de São João del-Rei. O primeiro projeto nesse âmbito ocorreu em junho de 1959. Já que ele foi o fundador do Museu Histórico Municipal, hoje conhecido como Museu Tomé Portes Del-Rei. Já em 1960, ele foi o sócio fundador da Sociedade dos Amigos de São João del-Rei e ocupou o cargo de primeiro presidente provisório. 

O ano de 1962 foi extremamente movimentado para ele. Primeiro, ele se tornou bacharel em Filosofia pela Faculdade de Dom Bosco. Fábio ainda foi escolhido para ser professor no SENAC, em São João del-Rei, ministrando aulas no curso de Turismo da instituição. No mesmo período, assumiu a função de presidente do Centro Artístico e Cultura (C.A.C) e também foi escolhido como sócio correspondente do Instituto Histórico Geográfico de Minas Gerais, o IHG-MG. Tempos depois chegou a ocupar o posto na presidência do IHG de sua terra natal. Ele ainda participaria da fundação do Centro de Estudos Históricos Basílio de Magalhães (CEHBAM).

Em 1963, Fábio prestou mais uma homenagem à cidade em que nasceu, escrevendo a letra do hino em comemoração aos 250 anos da Vila de São João del-Rei.

Ele também se aventou no mundo político. Em 1966, trabalhou como chefe de gabinete e secretário do então prefeito Nelson José Lombardi. Guimarães foi prefeito interino de nossa cidade por 12 dias, durante o mês de setembro de 1966.

Mesmo desempenhando tantas funções, ele ainda encontrou tempo para ser professor na rede estadual do município. Fábio lecionou na Escola Estadual Cônego Osvaldo Lustosa e no já extinto Colégio Tiradentes. Nas duas instituições, ele ensinou ciências físicas(como a matéria era conhecida na época), além de química e biologia. Em outra escola, no Ginásio Dr. Kléber Vasques Filgueiras, organização ligada à Campanha Nacional dos Educandários Gratuitos (CNEG), ele foi diretor em 1968. Fábio se manteve como docente até meados dos anos de 1970.

Entre o final da década de 1960 e início da de 1970, ele foi sócio fundador do Lions Clube. Na mesma época, foi ainda nomeado como cavaleiro-comendador da Ordem dos Templários e também da Ordem dos Bandeirantes. Esses reconhecimentos foram concedidos a Fabio pela sua contribuição na sociedade são-joanense. Também neste período, Fábio trabalhou na fundação da Academia Brasileira de Letras de São João del-Rei.

Seu nome tornou-se conhecido por ter sido escritor e ter publicado seis livros sobre sua terra natal e ilustres são-joanenses – como o Padre José Maria Xavier. As publicações foram lançadas entre os anos 1961 e 1969. Dentre os livros de sua autoria, está a obra “Antônio Garcia da Cunha, o fundador de São João del-Rei” de 1966.Na publicação, Fábio discorre sobre o personagem-título, genro de Tomé Portes Del Rei e nome importante na fundação da cidade.

Faltando três meses para completar 64 anos, Fábio Nelson Guimarães morreu no dia 01º de julho de 1996. Guimarães era casado com Betânia Maria Monteiro Guimarães, desde 1965 e deixou quatro filhos.

Referências:

Entronização do retrato do prefeito Fábio Nelson Guimarães no salão nobre do paço municipal de São João del-Rei (Blog São João del-Rei)

Colaborador: Fábio Nelson Guimarães (1932 – 1996) (Blog São João del-Rei)