DIA DAS MULHERES

Dia Internacional das Mulheres: nomes históricos do Campo das Vertentes

8 de Março é marcado pela luta dos direitos das mulheres

publicado: 08/03/2023 15h53, última modificação: 08/03/2023 15h53

Hoje, dia 8 de março, é celebrado o Dia Internacional das Mulheres. A data foi reconhecida pela ONU, em 1975, como um dia para a reflexão sobre os direitos das mulheres e as questões de gênero no mundo. A luta não é recente e, ao longo da história, várias mulheres questionaram – seguem questionando – o patriarcado e tiveram coragem para desafiar os limites impostos! Em nossa região, no Campo das Vertentes, não foi diferente. Por isso, separamos algumas personagens históricas para vocês. Confiram!

  • Hipólita Jacinta Teixeira de Melo

Nascida em 1748, na cidade de Prados, Hipólita Jacinta participou da Inconfidência Mineira, uma tentativa de revolta por parte de membros da elite de Minas Gerais contra os impostos e o domínio da Coroa Portuguesa. Ela foi casada com Francisco Antônio de Oliveira Lopes, um dos companheiros de Tiradentes, e recebeu diversas reuniões do grupo de inconfidentes em sua fazenda. Ao saber que Tiradentes tinha sido preso, ela distribuiu cartas alertando sobre o ocorrido. Sobre o movimento, ela escreveu: “Quem não é capaz para as coisas, não se meta nelas. E mais vale morrer com honra que viver com desonra”. Seu marido, condenado pela participação no movimento, foi exilado no continente africano. Hipólita, então, disputou com a Coroa para ter o controle de suas fazendas e heranças familiares.

  • Bárbara Heliodora Guilhermina da Silveira
Bárbara Heliodora

Bárbara Heliodora nasceu em São João del-Rei, no ano de 1759. Ela foi mineradora, visionária política e poetisa. Acredita-se que foi uma das primeiras mulheres a participar de um movimento político. Bárbara foi casada com Alvarenga Peixoto, envolvido também na Inconfidência Mineira. Após descobrir o envolvimento de Alvarenga, a Coroa Portuguesa o prendeu, retirou sua honra e exilou na África. Os bens foram confiscados, mas Bárbara questionou e declarou ser casada em comunhão de bens, conseguindo ficar com uma parte do patrimônio. Em 2019, ela recebeu o título de cidadania in memoriam pela Câmara Municipal de Ouro Preto, no Panteão do Museu da Inconfidência.

  • Alexina de Magalhães Pinto
Alexina Pinto

Professora, pioneira nos estudos sobre folclore, escritora e revolucionária nas formas de ensino. Essa é Alexina Pinto, sanjoanense, nascida em 1869. Com apenas 20 anos, ela teria ido para a Europa sozinha e frequentado diversos cursos em diferentes países, aprendendo e trazendo de lá novas técnicas de ensino. Ao retornar para o Brasil, conta-se que ela trouxe uma bicicleta e desafiou a sociedade, tradicional e conservadora da época, pedalando pelas ruas da cidade – o que lhe rendeu ameaças. A jovem professora toma posse da Cadeira de Desenho e Caligrafia na Escola Normal, em SJDR. Pouco tempo depois, mudou para o Rio de Janeiro, onde deu aulas por mais de duas décadas. É considerada pioneira na publicação de livros sobre contos, cantigas, tradições orais e provérbios.

  • Maria Eugênia Celso Carneiro de Mendonça
Maria Eugênia

Natural de São João del-Rei, tendo nascido em 1886, Maria Eugênia foi mais uma mulher à frente de seu tempo: sufragista, feminista, jornalista e escritora. Foi vice-presidenta da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino e, em 1931, foi nomeada pelo governo representante do Brasil no II Congresso Internacional Feminista. Mudou-se muito jovem para a cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, onde viveu grande parte de sua vida. Sempre teve contato próximo com a cultura e a história, pois era de uma família com boas condições financeiras e seu pai ocupou cargo no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB).

  • Maria Stella Neves Valles
Maria Stella

Sanjoanense e pioneira em vários sentidos: primeira mulher mestre de capela da região, primeira a reger a Banda do Quartel e primeira a assumir a regência de uma orquestra na cidade. Nascida em 1928, Maria Stella entrou para a Orquestra Ribeiro Bastos com 13 anos. Após 1959, a maestrina formou-se no ensino supletivo, fez magistério e faculdade, formando-se em Pedagogia, Filosofia e Psicologia pela Faculdade Dom Bosco (atual UFSJ) – e em Canto e Educação Musical pelo Conservatório de Música do Rio de Janeiro. Após isso, ela tornou-se professora de música e foi vice-diretora do Conservatório Estadual de São João del-Rei.

*IMPORTANTE: Violência contra a mulher é crime. Se presenciar alguma situação, não deixe de denunciar, ligue 180.

Referências:

O Tempo

Carta Capital

G1/Globo

Jornal Voz Ativa

IHG São João del-Rei

São João del-Rei Transparente

As mulheres conferencistas nas tardes no instituto: gênero e história no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) – Gabriela Correa da Silva